quinta-feira, 22 de maio de 2014

Amor levando ao fim

 
Ilustração: Lumi Mae
Ilustração: Lumi Mae
A grande maioria das pessoas que responderam à enquete da semana já pensou em se matar por amor em algum momento da vida. O fim de um relacionamento é tão doloroso, que muitos estudiosos consideram o sofrimento comparável em intensidade à dor provocada pela morte de uma pessoa querida.
Quando alguém é abandonado se convence de que não foi o que deveria ter sido e não deu o que deveria ter dado ao outro. A pessoa se responsabiliza por ter falhado. Este é o momento em que se deseja morrer, de alguma doença ou de um acidente, porque não é suportável a ideia de que o abandono foi causado por uma insuficiência própria. Os suicídios se situam aí, ou seja, quando a relação é vivida como fracasso e surge a certeza da incapacidade de manter o outro interessado.
O sentimento de desvalorização é intenso. O filósofo dinamarquês Kierkegaard (1813-1855) expressou bem essa ideia: “Desesperar-se por qualquer coisa não é ainda, pois, o verdadeiro desespero. É o princípio; é como quando o médico diz que a doença ainda não se manifestou. O estágio próximo é a manifestação evidente: desesperar-se de si mesmo.”
O sentimento de culpa tortura a alma da mulher abandonada. Repete mil vezes para si mesma que não conseguiu manter o amor do homem, que não tem atrativos, que tudo é culpa dela. O ódio que ela sente do homem que a abandona e da mulher que o roubou transforma-se em ódio de si mesma. Assim como a poeta grega Safo, que abandonada pela amante, atirou-se ao mar do

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