sexta-feira, 30 de maio de 2014

Seu filho de 4 anos diz ter uma namoradinha na escola e você não sabe como agir?

Saiba até onde os namorinhos infantis são saudáveis    

Namoro infantil
Confesse: quando você vê duas crianças de mãos dadas, trocando carinhos e dizendo que são namorados, você acha fofo? Mas saiba que não é tão bacana incentivar o namorico. Por mais graciosa e ingênua que a situação pareça, tudo tem seu tempo. Nessas horas, o melhor a fazer é ficar neutra.
Segundo a psicóloga clínica e escolar Joana d’Arc Sakai, “a criança é como uma esponja, que absorve tudo e se espelha, principalmente, nos pais”.
Por isso, é muito comum que os pequenos brinquem sempre (e abertamente) de ser papai e mamãe, sendo o namoro uma expressão simbólica do universo dos adultos.
Para lidar com esse momento do desenvolvimento infantil é importante que os pais saibam entender o contexto em que seus filhos se encontram. Afinal, quando o pequeno declara que está namorando ou que está apaixonado por alguém, nossa tendência é entendermos o assunto a partir do referencial adulto.
A atitude dos pais, nesse momento, é importante: não devem nem ignorar a revelação, tampouco banalizar ou supervalorizar o sentimento. “E aí mora o perigo, pois é preciso cautela e parcimônia, ou seja, não mostrar indignação nem orgulho, entendendo que tal circunstância deve ser considerada a partir do referencial infantil”, afirma a psicóloga.
É brincadeira ou não é?
Os namorinhos de infância podem começar a acontecer relativamente cedo, aos 4 anos, e se estenderem até a adolescência.
Para as crianças, esse tipo de relacionamento funciona apenas como uma brincadeira, ou seja, trata-se do melhor amigo ou do coleguinha preferido para conversar ou para trocar o lanche, por exemplo.
Trata-se de companheirismo, de ficar junto e de demonstrar carinho, mas com poucos enlaces físicos - como abraços e beijos.
É importante perceber que essa experiência será importante no futuro, considerando que contribui positivamente para a autoestima da criança.
Lições para os pais
Afinal, o que os pais devem fazer quando seus filhos pequenos começam a “namorar”?
Primeiramente, é preciso agir com naturalidade, estabelecendo com a criança os limites considerados saudáveis.
Não é adequado, por exemplo, achar “engraçadinho” que as crianças deem selinhos (beijos rápidos) e troquem presentes no Dia dos Namorados.
Segundo a psicóloga, “os pais devem ficar atentos, nem reprimindo, nem incentivando, mas lidando com naturalidade com o assunto, além de estarem sempre abertos para o diálogo com os filhos”.
Desde cedo, a conversa permitirá que as crianças tenham segurança para perguntar sobre qualquer tema, bem como contar suas experiências.
Esse é o caso da bancária Valquiria Martin, de 48 anos, cujo filho Diogo, de 10 anos, comentava desde a pré-escola sobre ter namoradinhas no colégio. Atualmente, o garoto “namora” uma coleguinha de sala da mesma idade.
A mãe conta que o relacionamento dos dois não tem abraços e beijos, mas que o menino afirma ter um friozinho na barriga ao conversar com a namoradinha.
“Não incentivo o namoro do Diogo, mas também não proíbo. Oriento que tudo tem o seu tempo: horário para fazer as lições, para estudar, ir a casa de um amigo, horário para bater papo com os amigos”, diz Valquiria. “Converso para que ele entenda que precisa ter suas prioridades”, completa.
Ajuda fora de casa
Na escola, a orientação é também não proibir, muito menos incentivar. É preciso promover conversas em sala de aula com as crianças, abordando o assunto de acordo com cada faixa etária e a maturidade do grupo.
É recomendado, tanto da parte dos pais, quanto da escola, mostrar as diferenças entre mundo adulto e o infantil. “Infância é momento de brincar, de jogar, de dar vazão à imaginação plena e não combina com assumir compromissos, como um namoro”, exemplifica a psicóloga Joana.
O mais importante é poder viver as fases de desenvolvimento de modo pleno, sem queimar etapas, respeitando assim, a maturidade que vai sendo adquirida ao longo do tempo.

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