sábado, 14 de junho de 2014

Achar que é possível controlar a vida do parceiro é uma ilusão

 
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    Quem é controlado também tem sua parcela de culpa na situação, pois não coloca limites Quem é controlado também tem sua parcela de culpa na situação, pois não coloca limites
Recursos para vigiar alguém existem aos montes. Ainda mais hoje em dia, com o excesso de exposição da vida privada nas redes sociais e de aplicativos que permitem divulgar a rotina em riqueza de detalhes, com direito a endereço, horário e companhia. Mesmo quem prefere um dia a dia mais discreto não está imune. Uma busca mais apurada pode facilitar bastante o trabalho de quem tem interesse –ou sente necessidade– de controlar a vida do par.
Mas por mais que uma pessoa se esforce, conferindo trajetos, fuçando o Facebook de minuto em minuto, telefonando várias vezes ao longo do dia, cercando o outro através de parentes e amigos, dá mesmo para controlar a vida de alguém e saber todos os seus passos?
Para a psicóloga especializada em sexualidade Juliana Bonetti Simão, de São Paulo (SP), a resposta é não. "A percepção de controlar o parceiro é ilusória. Nosso par é aquilo que pode ser e não o que gostaríamos que fosse. Portanto não está a serviço de nossas fantasias de controle", diz. "O controle da vida daquele que acreditamos amar é algo que, cedo ou tarde, vai acabar indo contra a relação, pois é uma atitude desgastante que só provoca angústia e frustração em ambos", afirma.

Segundo Maura de Albanesi, psicoterapeuta da capital paulista, quando a pessoa percebe que está sendo fiscalizada, a tendência é criar outros recursos para burlar a vigilância: contas de e-mails diferentes, páginas falsas em redes sociais, apagar rapidamente mensagens, inventar contatos no celular etc. "Para evitar conflitos, acabam utilizando várias ferramentas sem perceber que entraram no jogo do controle, se controlando também", fala.

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