quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Quem casa quer casa? Para especialista, não é boa ideia para jovens casais

Diz o ditado que quem casa quer casa, mas essa pode não ser a melhor saída para o bolso de jovens pombinhos.
A decisão de comprar a casa própria (e boa parte das decisões envolvendo finanças) costuma ser influenciada pelas opiniões e exemplos de pessoas próximas, como familiares e amigos, segundo Janser Rojo, planejador financeiro e sócio da Soma Invest.
O problema: falta planejamento. "Não é que ter a casa própria seja uma coisa ruim, mas a forma de comprar esse imóvel tem que ser melhor planejada", diz.
Segundo Rojo, há um forte apelo emocional ligado à compra da casa própria, mas, na ponta do lápis, o sonho pode sair caro e virar um pesadelo.
"Na nossa cultura, é bem sucedido quem tem um imóvel próprio e carro na garagem, mas a pessoa pode morar de aluguel e ter um patrimônio enorme no banco e ser bem sucedida", diz. "O ideal é medir o sucesso não pelos bens, mas pela qualidade de vida."
O que o jovem casal deve considerar antes de comprar a casa própria
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    Quando você está financiando um imóvel, o imóvel é do banco até você terminar de pagar
    Se o contrato for feito seguindo as regras do SFH (Sistema Financeiro de Habitação), a partir da 3ª prestação atrasada o imóvel pode ir a leilão. Se o contrato foi feito seguindo as regras do SFI (Sistema Financeiro Imobiliário), se o cliente atrasar uma prestação, é notificado por cartório e tem um prazo para fazer o pagamento, que varia de acordo com o banco. Se não pagar, o imóvel vai a leilãoFoto: Getty Images
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    Começo de carreira + poupança pequena = entrada baixa + parcelas altas
    Em geral, o jovem casal está no começo da carreira e, por isso, ainda não conseguiu juntar uma boa reserva financeira. Desse modo, tendem a contratar um financiamento imobiliário dando uma entrada muito pequena. Isso faz o financiamento ser de longo prazo, coisa de 30 anos, e joga o valor das parcelas lá para cimaFoto: Shutterstock
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    Os juros do financiamento podem fazer o imóvel custar até o dobro
    É preciso fazer as contas e comparar o valor final com o valor inicial do imóvel. Basta multiplicar o número de prestações pelo valor da prestação. No final do financiamento, o casal pode acabar pagando mais que o dobro do valor original do imóvel. "Para a maioria dos jovens casais, a conta não fecha", diz o planejador financeiro Janser RojoFoto: Stockimages
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    Os juros são baixos, mas incidem sobre um montante alto e por muito tempo
    Os juros da compra imobiliária são os menores do país se comparados com o de financiamento de carro ou crédito pessoal, por exemplo. Porém, eles incidem sobre um valor muito alto e por um período mais longoFoto: Getty Images
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    Ficar comprometido com o sonho do longo prazo ou ser feliz no presente?
    Antes de financiar um imóvel, o jovem casal também precisa avaliar se a parcela do financiamento cabe no seu orçamento e ainda deixa uma reserva para emergências, como consertar o carro, e também para o lazer, como fazer uma viagem. "Se não, o casal fica infeliz porque não consegue se divertir no dia a dia", diz o planejador financeiro Janser RojoFoto: Getty Images
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    Vocês estão prontos para ficar presos àquele local e àquele tamanho do imóvel?
    O casal pode ter filhos e o imóvel que era bom para dois não será suficiente para a família toda. Ou, então, um dos dois é transferido ou arruma um trabalho melhor que fica do outro lado da cidade. "Se você tem um imóvel na zona Norte e começa a trabalhar em outra região de São Paulo, por exemplo, isso pode reduzir muito sua qualidade de vida", diz o planejador financeiro Janser RojoFoto: Thinkstock
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    Qual o momento certo de se fixar em um lugar?
    Para a família que não está totalmente constituída ou está no início de carreira, a compra de um imóvel pode tirar flexibilidade. O momento adequado para se fixar em um lugar, segundo o consultor Janser Rojo, é quando o casal não planeja mais ter filhos, a carreira já está bem consolidada, os dois já se sentem satisfeitos em suas profissõesFoto: Thinkstock
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    Pagar aluguel e investir a diferença pode ser a melhor saída
    "Se você paga um aluguel, com certeza sai mais barato que o valor da prestação do financiamento", diz Janser Rojo. Ele aconselha pegar essa diferença e investir. O valor vai render e poderá ser usado, no futuro, para dar uma entrada maior num imóvel, reduzindo o valor das parcelas e dos juros. Provavelmente, o casal conseguirá comprar seu imóvel mais rápido do que financiando, diz o consultorFoto: Getty Images
Financiar ou pagar aluguel e investir? Veja simulação
  • Opção 1: contratar um financiamento imobiliário
    João e Maria querem comprar uma casa de R$ 400 mil. Eles podem dar R$ 40 mil de entrada (10% do total) e financiar R$ 360 mil em 30 anos. A primeira parcela seria de R$ 3.880 e as demais, decrescentes (seguindo a tabela SAC). Após 30 anos, eles terão pago um total de R$ 919.840 (considerando juros de 0,8% ao mês), mais que o dobro do valor original
  • Opção 2: morar de aluguel, investir a diferença e financiar depois
    João e Maria moram de aluguel e pagam R$ 2.000 (0,5% do valor do imóvel, de R$ 400 mil). Eles pegam a diferença (R$ 3.880 - R$ 2.000 = R$ 1.880) e investem. Em 10 anos, acumulam cerca de R$ 220 mil (considerando reajuste anual do aluguel de 6% e rendimento de 0,5% sobre o valor acumulado mês a mês). Eles podem dar uma boa entrada no imóvel e as parcelas do financiamento serão menores que o aluguel

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