terça-feira, 1 de julho de 2014

Aposta das passarelas e de celebridades, as pochetes ainda dividem opiniões

No tradicional modelo de couro preto em tamanho médio, a pochete, ainda que prática, representa para a maior parte das pessoas o horror fashion de décadas atrás. Acontece que o acessório tem ensaiado seu retorno nos últimos anos, aparecendo em coleções recentes de Chanel, Alexander Wang e Missoni, e ganhando a atenção de algumas famosas.

Sarah Jessica Parker já foi vista duas vezes com seu modelo preto da Chanel; a estilista Donna Karan foi outra a apostar na pochete pretinha básica, em alguns eventos em Nova York; e Rihanna já apareceu por aí com versões do acessório --entre elas, uma Chanel lilás, durante o desfile da grife em Paris, realizado em março último.

"A funcionalidade, hoje em dia, é um desejo de moda; e a pochete se encaixa bem nesse assunto, por isso muitas marcas têm apostado nesse acessório", diz ao UOL Moda o estilista Igor de Barros, que hoje assume as coleções masculinas da Triton e inseriu o item na linha Outono/Inverno 2014 da marca. "As pessoas podem usá-la como um adorno mais descontraído e menos careta no dia a dia."
Agência Fotosite
A coleção masculina para o Outono/Inverno 2014 da Triton contou com opções esportivas de pochetes
A grande questão que tem tornado as pochetes objetos de desejo de alguns está diretamente ligada à aposta de grandes grifes internacionais e nacionais nas variações de cores, materiais e modelos. Ela obviamente ainda é feita para ser usada na cintura, mas seu design ganhou pluralidade, deixando aquela aura de acessório de "tiozão" ou "tiazona" para trás.

O apresentador de TV, stylist e consultor de moda Arlindo Grund brinca que é "muita polêmica para uma peça tão simples", mas garante que as mais populares e tradicionais pochetes, de fato, não têm mais vez na moda. "Aqueles modelos antigos estavam muito relacionados a um conceito forte de cafonice", diz.

As modernas, porém, acabam valendo para mulheres que conseguem unir duas características: estilo e pouco quadril. "A mulher brasileira, geralmente, tem o quadril mais largo e esse é um cuidado que deve ser tomado. Qualquer coisa que você acrescenta nessa região, acaba aumentando ainda mais o volume. Nesses casos, é melhor desencanar da pochete", explica Grund.

Outra dica é esquecer a ideia de que tudo o que cabe na sua bolsa terá espaço nesse pequeno item. "Se a mulher tentar colocar na pochete tudo o que ela leva no dia a dia, vai ficar estufada ou nem vai caber", comenta o consultor, que garante: "Quanto menos coisas, melhor."

Não, não e não
Mesmo com todo o "hype" em torno dos novos modelos de pochete, é sempre bom lembrar que o time do contra é grande --até dentro do universo fashionista. Ainda que, nos últimos tempos, ela tenha acumulado alguns adoradores, a pochete está longe de angariar a maior parte dos votos para figurar como acessório indispensável de toda mulher ou homem.
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A personal stylist Adriana Naccarato, por exemplo, é mais extremista do que Grund e nem Chanel ou Givenchy a fazem mudar de ideia. "As pochetes poderiam ficar nos anos 90!", brinca. "É um acessório que aumenta o quadril e não combina com looks mais arrumados. As bolsas laterais são sempre uma opção melhor."

Mais do que a própria questão do aumento de volume onde a maior parte das pessoas costuma querer disfarçar (caso da barriguinha e do quadril), a consultora de moda Bia Kawasaki atenta ainda para a questão da informalidade das pochetes.
"Independentemente do material, ela sempre é muito esportiva, tendendo até a exteriorizar um ar de desleixo", pontua. "O uso de pochete em ambientes de trabalho pode até prejudicar."
Para ela, é possível ter praticidade de outras maneiras e ninguém precisa seguir à risca o que ditam as passarelas. "A cada sete ou oito anos as marcas tentam reiventar e relançar as pochetes, mas existem algumas tendências de moda que ninguém 'must have' [risos]."

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